A Associação para a Defesa dos Animais e Ambiente de Terras de Aguiar (ANIPUR) publicou um comunicado nas suas redes sociais onde expõe o não cumprimento de um acordo celebrado com o Município, relativo à esterilização de animais.
A nota publicada começa por informar que “desde o ano de 2024, o apoio da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar à ANIPUR tem sido inexistente, após o cancelamento unilateral do apoio municipal que até então existia”. Já em 2025, no dia 20 de agosto, terá sido “celebrado um acordo com o Município, no qual a autarquia se comprometia a assumir a esterilização dos animais de rua, abandonados, recolhidos ou em risco. Contudo, esse mesmo acordo não tem sido cumprido”, referem.
A ANIPUR esclarece ainda que mantinha um acordo “com uma clínica veterinária para a realização das cirurgias de esterilização, mas, em reunião entre a Câmara Municipal, representada pelo à data Vereador Filipe Nascimento, a ANIPUR, e a Veterinária, foi dada a orientação para não proceder a mais nenhuma cirurgia”. Acrescentam ainda que “até à presente data, a Câmara Municipal continua sem efetuar o pagamento das cirurgias já realizadas até ao momento dessa reunião, deixando a associação sem meios para continuar este trabalho essencial”.
Indicam ainda que anteriormente as instalações físicas da Associação estavam num espaço cedido por um particular e que, atualmente, não dispõem de espaço físico para acolher animais e lamentam “a falta de resposta da Câmara Municipal quanto ao Canil e Gatil Municipal, nomeadamente no que se refere à previsão da sua conclusão e abertura, estruturas que seriam fundamentais para dar resposta à atual realidade do concelho”.
Neste sentido, a Associação para a Defesa dos Animais e Ambiente de Terras de Aguiar diz estar impedida de “continuar a receber animais” ou “prestar assistência a novos casos, algo que nos preocupa e entristece profundamente”. Apelam a quem possa ter disponibilidade para ser Família de Acolhimento Temporário (FAT) para receber animais recentemente abandonados ou recolhidos e solicitam que entrem em contacto com a Associação, comprometendo-se a “enquanto dispuser de verbas e materiais, a fornecer alimentação e apoio a esses animais acolhidos”.
Contactado pelo Notícias de Aguiar, Filipe Nascimento preferiu não se pronunciar sobre a situação, referindo que a nota publicada na sua rede social, apenas aberta para amigos e à qual o Notícias de Aguiar não tem acesso, foi apenas um esclarecimento.
Também a Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar foi contactada, na pessoa da Presidente, Ana Rita Dias, mas até ao momento, não foi possível obter esclarecimentos.
Através dos órgãos autárquicos, o Município de Vila Pouca de Aguiar refere que ao longo dos últimos anos tem implementado “um conjunto de medidas” que visam controlar animais errantes, procedendo à captura dos cães e gatos vadios ou errantes, encontrados na via pública ou em quaisquer lugares públicos, recolhendo ao canil ou gatil municipal.
A autarquia refere ainda que implementou em 2024 o programa de Captura-Esterilização-Devolução (CED), que procura “controlar e reduzir o número de gatos errantes assilvestrados, cuidar do bem-estar dos animais, reduzir focos de insalubridade no Concelho e evitar a proliferação de pragas e doenças”.
No âmbito deste programa, “foram intervencionados nos anos de 2024 e 2025 um total de 82 animais, onde se incluem 30 gatos, 47 gatas, 2 cães e 3 cadelas”, sendo que no caso dos felinos machos, “as intervenções foram realizadas pelo Gabinete Veterinário Municipal, tendo neste período sido realizadas 30 esterilizações”.
Nos restantes casos, e “devido à sua natureza e maior complexidade”, as intervenções são realizadas em clínicas veterinárias locais, conforme “cumprimento das regras de concorrência”, sendo que no total “o Município comparticipou durante o ano de 2024 e até à data uma despesa no valor de 3801.57 euros”, lê-se no texto dos órgãos autárquicos.
Ângela Vermelho
Foto: ANIPUR
