A Comissão Coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Vila Real, considera que o referendo local em Chaves sobre a reabertura ao trânsito automóvel da ponte Romana sobre o Tâmega, a Ponte de Trajano, que é pedonal desde 2008, é, “uma utilização abusiva da figura do referendo a favor da consulta pública e que banaliza o intuito dos referendos”.
“Propor, após doze anos, um referendo à população sobre a sua reabertura, não só é um retrocesso na defesa deste monumento, como é uma atitude irresponsável preocupada com a estratégia partidária, sem se preocupar verdadeiramente com o interesse da população, e que contribui para a abertura de um precedente, permitindo que no futuro se ponham em causa outras medidas de proteção e preservação de património, adulterando os seus usos e propósitos de visitação, estudo, investigação e acesso democrático”, pode ler-se no comunicado em que o BE defende que “é dever do poder local zelar pela preservação, defesa e valorização do património cultural, bem como, contribuir para a educação sobre o património”.
Para o BE, é “indiscutível a importância da preservação deste monumento” com o estatuto de monumento nacional, dado que “toda a área envolvente, bem como todos os setores de atividade económica existentes nas áreas circundantes, [terão] muito mais a ganhar com a preservação deste Monumento Nacional, do que com a sua reabertura ao trânsito automóvel”. Além disso, o Bloco de Esquerda defende que a abertura ao trânsito irá acelerar o processo de deterioração deste monumento e não garante “um verdadeiro estímulo para o setor do comércio e restauração”. “Defendemos que o desenvolvimento desta área urbana passa antes por um ordenamento concertado e uma intervenção de reabilitação urbanística que promova a valorização e preservação de outros edifícios de interesse histórico e espaços verdes, bem como, por estratégias inteligentes e criativas, de promoção e valorização, de forma sustentável e sem a sua descaracterização, deste local tão especial onde nasce a Estrada Nacional 2, com potencial interesse turístico”, concluiu o BE.