O jornal brasileiro “Globo Esporte” homenageou o aguiarense Eduardo Augusto de Sousa, “o taxista português de sotaque carregado, que fez do Club de Regatas Vasco da Gama a sua ponte”. Eduardo faleceu no passado mês de maio, aos 83 anos no Rio de Janeiro, vítima do novo coronavírus.
Em parceria com a página “Memorial Inumeráveis”, o jornal “Globo Esporte” conta histórias e homenageia os maiores adeptos e apaixonados pelos clubes que foram vítimas da Covid-19.
Eduardo Augusto Rodrigues de Sousa, natural de Vila Pouca de Aguiar, pisou terras brasileiras pela primeira vez aos 19 anos e por lá ficou à procura de novas oportunidades. Depois de se apaixonar, não só pelo Rio de Janeiro mas também pela mulher com que acabou por casar, o aguiarense ficou no Brasil com a esposa e dois filhos.
“Eduardo conhecia as ruas da cidade maravilhosa melhor do que muitos cariocas nascidos por ali. Ele era taxista e adorava passar o dia dirigindo, ouvindo e contando boas histórias. Um dos seus assuntos favoritos era o Vasco da Gama, seu time do coração”, pode ler-se na página “Memorial Inumeráveis”.
E foi essa paixão pelo Club de Regatas Vasco da Gama que deu a conhecer, fora do coração do clube, o taxista transmontano. No seio da equipa e dos adeptos, Eduardo era conhecido como o “heroico português”.
“Um heroico português. Herói mesmo. Como esquecer aquela tarde em 1994, no meio de uma confusão generalizada em São Januário? Era Vasco x Santos, ninguém entendeu ao certo o que aconteceu. Mas, para proteger os filhos, colocou-se como uma parede na frente de um cerco de arame. O filho, também Eduardo, e a filha, Luci, aprenderam com o pai a carregar a cruz de malta (símbolo do clube). Era quase uma aula de pai para filhos sobre as origens” contou a Globo.
Reconhecido como um homem muito ativo e lúcido, todos conheciam o seu desejo de ser avô. Anos mais tarde, quando nasceu a primeira neta, “ele chegou com os olhos emocionados e um presente: o uniforme completo do Vasco da Gama”.
Era Eduardo quem comandava as festas da equipa. Para além de ser exigente com a claque, “às vezes pegava no pé até dos jogadores”.
Agora, em jeito de homenagem, a equipa e alguns dos antigos jogadores da Vasco da Gama, deixaram um tributo em vídeo e em texto a Eduardo Augusto dos Santos, que acabou por falecer aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.
DP