Em pleno outono e com as folhas a formarem um manto de cores quentes pelas ruas, reza a lenta que o calor volta neste dia, regado por vinho e acompanho por castanhas. O verão de S. Martinho chegou hoje, dia 11 de novembro. Mas quem é este santo?
Reza a lenda que durante um outono particularmente frio na Europa, um cavaleiro gaulês, chamado Martinho, regressava a casa quando encontrou um mendigo. O tempo era de tempestade e o mendigo pediu-lhe uma esmola. Ora, ao que tem vindo a ser contado, o cavaleiro, não tendo nada consigo, retirou das costas o manto que o aquecia, cortou-o ao meio com uma espada, e deu uma das metades ao mendigo.
Depois deste gesto, a tempestade terá desaparecido e o sol iluminou e aqueceu o espaço. Este dito “milagre” ficou conhecido como “o verão de São Martinho”. Facto é que, por várias vezes, os dias que antecedem o São Martinho são de sol e mais calor. Neste ano de 2020, curiosamente, trata-se de um dia de chuva e frio em várias zonas do país.
A 11 de novembro, o cavaleiro foi sepultado na cidade francesa de Tours, a sua terra natal, e por este motivo, a data foi a escolhida para celebrar o dia de São Martinho.
“No Dia de São Martinho, pão, castanhas e vinho!”. É seguindo este provérbio popular que se celebra o dia 11 de novembro em Portugal. De acordo com a tradição, são realizadas festas, os chamados magustos, em que, em redor de uma fogueira, se assam castanhas e, no caso dos adultos, se bebe água-pé, jeropiga e o vinho novo, produzido com as uvas apanhadas no verão.
Esta é uma celebração que ocorre numa época de colheita da castanha. Por questões práticas, essa será a razão para se incluir a castanha no cardápio do dia. O mesmo acontece por se beber o chamado vinho de São Martinho, um vinho novo proveniente das vindimas de setembro e outubro.
Para culminar as histórias e mitos, há ainda quem diga que a origem dos magustos está no Dia de Todos os Santos, a 1 de novembro. Pensa-se que se preparavam mesas com castanhas para que os espíritos dos familiares que já haviam morrido aparecessem e as pudessem comer.
Por: Daniela Parente