Futuro da produção de castanha passa pela mecanização

Data:

No concelho de Vila Pouca de Aguiar, e um pouco por toda a região, a falta de mão-de-obra é um dos problemas com que os agricultores se deparam na hora de apanhar as castanhas. Para colmatar esse problema, a AguiarFloresta procedeu à aquisição de uma máquina de colheita de castanha que os agricultores podem alugar nesta época.

A carência de mão-de-obra obriga muitos agricultores a oferecerem entre 40 a 50 euros por dia, mas mesmo assim não conseguem arranjar trabalhadores para a colheita da castanha.

Em Vila Pouca de Aguiar, a associação AguiarFloresta, apostou na aquisição de uma máquina para efetuar a apanha mecânica deste fruto da época, que foi apresentada e testada na passada quarta-feira, dia 4 de novembro, em Covas, na freguesia de Tresminas.

Tratou-se de um ensaio com uma máquina, que se desenvolve no âmbito de um plano global, que pretende trabalhar a castanha na colheita e pós-colheita, incluído num grupo operacional apoiado pelo PDR 2020 e que tem o nome de ValorCast.

O ValorCast tem como objetivo ajudar a minorar as perdas de castanha registadas entre o momento da colheita no souto e a saída das empresas transformadoras para os locais de venda ao consumidor final, que em termos médios podem atingir os 40 a 50%.

Dentro de todas as questões que se levantam dentro deste grupo operacional, um dos problemas que tem surgido ao longo dos últimos anos é, precisamente, a falta de recursos humanos que, segundo José Gomes Laranjo, presidente da RefCast e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), “é aqui que entram as máquinas”.

“Este projeto tem esta linha de ação precisamente para trazer as máquinas para Portugal e ajustá-las à realidade da castanha portuguesa. E é isso que está a ser feito aqui, na zona da Padrela, assim como em Bragança, na zona da Terra Fria, e nos soutos da Lapa, que é ajustar as máquinas para cada uma destas realidades e divulgá-las aos agricultores”, explicou o investigador.

Esta máquina tem duas mangas de aspiração, podendo trabalhar apenas com uma, atingindo uma capacidade de apanha de 200 quilos de castanha, numa hora. Para além disso, faz ainda trabalhos de limpeza e de proteção das castanhas.

Reportagem de Daniela Parente. Publicada na íntegra na edição nº 305 do Notícias de Aguiar, esta semana nas bancas.

Partilhar

Últimas

Artigos relacionados
Relacionado

Festival Itinerante de Cultura no Planalto de Jales leva espetáculos a seis aldeias

FIC NO PLANALTO – 15 a 20 de julho “FIC...

“A minha Horta”: projeto da Santa Casa promove o contacto dos mais novos com a natureza

A Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de...

Casa da Eira: retiro edílico transformado em alojamento local

O pós-pandemia despertou os viajantes para os encantos de...