Ave de rapina devolvida à natureza na Escola de Pedras Salgadas

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Dia 28 de março, na Escola Básica Integrada de Pedras Salgadas, foi libertada uma águia de asa redonda que havia sido recuperada pelo Centro de Recuperação de Animais Selvagens.

A iniciativa de devolução da águia de asa redonda à natureza partiu de uma colaboração entre o Clube de Ornitologia do Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar e do Centro de Recuperação de Animais Selvagens da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).

Paulo Belo, professor de Educação Física que, em horário de componente não letiva é responsável pelo Clube de Ornitologia há cerca de 17 anos, diz que o principal objetivo é “sensibilizar os miúdos e toda a comunidade para a natureza que existe à nossa volta. Há muita coisa que nos passa despercebida e a ideia é chamar a atenção para o que existe. As crianças que temos agora, quando forem adultas, vão ser decisoras, vão tomar opções e se tiverem conhecimento, sabem o que estão a fazer”.

A ave foi “encontrada em Chaves, há cerca de meio ano, sem conseguir voar. O senhor que a encontrou a chamou a GNR, e a equipa do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente levou-a para o Centro de Recuperação”, relata Filipa Loureiro, Médica Veterinária no Centro de Recuperação de Animais Selvagens da UTAD. Conta ainda que após o primeiro exame avaliativo, perceberam que a ave tinha sido vítima de abate ilegal com um tiro e relembra que, em Portugal, é proibido caçar águias. “Felizmente tinha sobrevivido, mas tinha fratura das duas asas, dos dois metacarpos, ou seja, da pontinha da asa, correspondente à nossa mão. Fez cirurgia, teve em processo de recuperação, incluindo da forma física para ganhar músculo” pelo que já estava em condições de ser libertada e devolvida à natureza.

A médica veterinária explica que aproveitam estas atividades “para as crianças terem mais contacto com estas espécies e sensibilizá-las para as principais ameaças que animais deste género enfrentam, que muitas vezes são de origem humana. Aproveitamos também para poderem conhecer estas aves, que andam sempre tão no cimo, e que ouvem falar, mas que nunca viram de perto”.

Filipa Loureiro aproveita para reforçar o comportamento a ter quando se encontra um animal selvagem ferido. “No caso de uma ave, quer seja no campo ou na estrada, deve ser colocada alguma coisa por cima, uma toalha ou um casaco, para que se mantenha mais calma, e depois contactar a GNR porque eles farão a recolha e o transporte”.

Paulo Belo considera que esta é uma experiência “extraordinária porque tem muito valor pedagógico e tem um grande impacto, não só para as crianças, mas também para os adultos, já que as pessoas ficam fascinadas, aprendem imenso e é um momento muito interessante”, conclui.

Ângela Vermelho

Fotos: Ângela Vermelho e CM VPA

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