A associação Animódia – Animação e Eventos está a preparar uma nova peça de teatro, que pretende passar pelas várias aldeias da região, perante a necessidade de combater a atual fase atípica, onde o isolamento se faz sentir a dobrar. “O Pastor” permite reviver as tradições e memórias do povo transmontano.
A Animódia traz a cena a sua nova peça de teatro “O Pastor” – uma recriação que leva os espectadores a reviver as memórias, tradições e a identidade que é comum a todos os transmontanos. Para além de temas como a pastorícia, a preservação florestal e a emigração, esta é também uma história de amor, contada com música ao vivo e atividades circenses adaptadas ao teatro.
“Esta peça foi pensada e criada durante a quarentena. Para além da nossa necessidade interna de nos transformarmos enquanto criadores de cultura e espetáculos, surgiu também a necessidade de transformarmos o verão da comunidade, uma vez que não há festas populares nem romarias”, explicou José Miguel Carvalho, responsável da Animódia.
Esta será uma peça para ser apresentada ao ar livre nas aldeias da região, cumprindo todas as normas de distanciamento social impostas. “A nossa ideia é ir às aldeias de Trás-os-Montes que realmente se identificam com estas temáticas”.
A peça vai a palco a meados de julho, não havendo até ao momento datas completamente fechadas. “Até agora a junta de freguesia de Alfarela de Jales, de Vreia de Jales, de Telões, de Sabroso de Aguiar e de Bornes de Aguiar, já mostraram interesse em nos receber. Durante os próximos dias vamos contactar mais juntas de freguesia para conseguir ultimar a agenda e termos o máximo de datas fixas”.
O principal objetivo da associação é levar a cultura e o entretenimento às populações mais isoladas que, durante a atual fase epidémica, estão mais distantes da cultura.
“A cultura está ligada à memória e à identidade das pessoas. Se deixarmos morrer essa memória e essas tradições estamos também a deixar morrer um pouco de nós próprios”, rematou o responsável.
Esta iniciativa da Animódia está inserida numa candidatura do IPDJ no programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas e conta com o apoio da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar.
Daniela Parente