O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) reuniu-se ontem com a Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real, onde assumiu o compromisso de pagar as dívidas de 2021 ainda esta semana.
No passado mês de junho, em sede de audição da Comissão de Saúde, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, disse que o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) tem em dívida às corporações de bombeiros do distrito de Vila Real “cerca de um milhão de euros”.
Segundo aquilo que o Notícias de Aguiar conseguiu apurar, na edição desta semana do jornal, o CHTMAD tem uma dívida com os Bombeiros de Vila Pouca de Aguiar que atinge os setenta e cinco mil euros. Além disso, a última fatura emitida pela corporação aguiarense ao Centro Hospitalar foi a 30 de maio de 2022, referente a serviços prestados no mês de outubro de 2021.
Perante esta situação, o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários De Vila Pouca De Aguiar, José Eduardo Quinteiro, relembra que os atrasos nos pagamentos têm sido “algo recorrente nos últimos anos”, considerando o problema “uma pescadinha de rabo na boca”.
“É inadmissível. O objetivo do Hospital é unicamente chegar ao final do ano e demonstrar um exercício positivo. Mas, nos últimos anos, isto tem sido uma pescadinha de rabo na boca e o problema nunca mais termina”, adiantou o presidente da Associação.
De referir que, a própria emissão de faturas pela corporação de bombeiros está dependente de uma autorização do próprio CHTMAD, na qualidade de adquirente de serviços, que muitas vezes “dificulta o serviço e os pagamentos”.
“Estamos com oito meses de atraso nos pagamentos. Passados os oito meses, quando mandamos a faturação, essa faturação é feita com base em verbetes de transporte que na sua maioria estão aprovados. No entanto, há um ou outro verbete com uma pequena irregularidade, porque por exemplo o utente acabou por falecer e é difícil contactar os familiares, e acabam por ser automaticamente recusados pelo CHTMAD”, expôs José Eduardo Quinteiro.
Com o sucessivo aumento nos combustíveis e com o aproximar da época mais propícia ao surgimento de incêndios florestais, o atraso nos pagamentos por parte do CHTMAD acarreta sérios constrangimentos à tesouraria dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar, que terá um esforço financeiro mais avultado, nomeadamente com a necessidade de reforço de equipas de combate a incêndios.
Ontem, após uma reunião entre o conselho de administração do CHTMAD e a Federação Distrital dos Bombeiros, ficou a saber-se que a dívida vai começar a ser paga.
Naquela reunião, ficou acordado que, até ao dia 15, será feita uma verificação dos verbetes e serão pagos todos os serviços de 2021.
Daniela Parente